sábado, 9 de janeiro de 2010

Não mais dois humanos, mas um anjo cuidando de outro anjo.

As estrelas caiam devagarzinho sobre o céu que antes estava vazio. E bem ao canto esquerdo com um tom leve avermelhado a lua sorria, em forma de poesia. Aquela noite alguém me tocava com as palavras, me confortava e ao mesmo tempo me desesperava... só por lembrar que teria que partir. O mundo foi girando sobre minha cabeça ate que encostei-me sobre a areia e ao som do mar contemplei uma única estrela que brilha mais que mil luzes. Foi quando me distraio de mim mesmo, e vejo ela me chamando para levantar. Eu não queria, queria ficar deitado sobre a areia e sentindo toda aquela simplicidade, que me apaixonava cada vez mais sobre a vida, ah viver... A convidei para se deitar, ela recusou, mas aceitou sentar-se desde que eu ficasse também sentado e aquele momento eu notei uma parte de mim quebrando em pedaços, foi quando todas as lagrimas de saudade que saiam de seus olhos fizessem que eu entrasse em reflexão. Foi ao tocar dos meus dedos sobre suas pequenas lagrimas, que pude sentir que todo o mundo ao meu redor poderia cair, explodir, que mesmo assim eu continuaria segurando todas as suas lagrimas. Fez me sentir seu porto seguro, sua caixa de pequenos segredos. Ao rolar de algumas lagrimas eu ouvi a mais doce teoria sobre o que é família, sobre o que é amor por mãe. Insubstituível. Aprendeu dos erros da própria família e aplicou na melhor forma de amar aquela em que lhe deu a vida. E passar de algumas horas eu pude notar que não mais estava falando com uma menina sensível, não mais uma simples menina sensível, mas uma anja madura. Ela me olhava nos olhos, no fundo dos meus olhos, mas eu não tinha forças eu queria desistir de entender e aquela noite, ser simplesmente a dor. Ela me tocava nas mãos, e era como segurasse com a palma meu coração e como quem protege me arrancou toda a dor que tinha dentro de mim, todas as lagrimas que eu privei me a tempos de derrubá-las. E de anjo, passei a ser só por aquela noite o menino sensível. E eu com o dever de anjo, notei que naquele exato momento eu precisava de um anjo. Ela foi o anjo. Tocou-me na alma, guardou minhas lagrimas e em doces palavras disse para me acalmar, me acalmei. Tocou-me nos cabelos, guardou minhas lagrimas e novamente em doces palavras fez-me prometer nunca sair de sua vida, eu prometi. E quando partimos daquele momento eu notei que toda estrela tem um céu acima delas, que toda lua tem outra lua, que todo sol tem outro sol, que a vida é feita por contemplar de amigos, de algo que é maior que nós mesmos. Um anjo cuidando de outro anjo.

3 comentários:

  1. PERFEITO. DESCRIÇÃO, EMOÇÃO, SENTIMENTO, AMOR SEM PAIXÃO, AMOR DE PROTEÇÃO. LINDO VITOR, ESSE EU APLAUDI DE PÉ AMIGO.

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